sábado, 31 de março de 2012

Prioridades aos Idosos?

Édi Prado 02.08.07


Definitivamente este é o País das Leis. Existem leis para tudo neste País. E são leis elogiadas por juristas do mundo inteiro. Mas são tantas leis, que dificulta a fiscalização, aplicação e o respeito por elas. Deve ser leis para inglês, alemão, francês, chinês e para o mundo inteiro ver e contemplar. São lindas, mas tão bem elaboradas, que só servem para aliviar o stress de um juiz Lalau, que quando fica entediado das celas especiais, quer ir para a casa do campo, ouvir os cânticos dos pássaros.

São leis que abrem as janelas, portas e escancaram benefícios para quem pode pagar advogados, que enxergam com olhos de cifrões, as permissividades e as benesses das leis.

A Lei de amparo ao idoso, por exemplo. É um cântico de louvor, um manto de papel que aquece e protege os velhinhos, que passaram a vida inteira trocando fraldas de todos os juízes, parlamentares, governantes e médicos e de todos que detém o poder decisão e mando. Eles têm direito a fila especial. Fila especial? Sim. Existem as filas só para velhinhos, como se expõem animais nos zoológicos, com a plaquinha de advertência: Não jogue alimentos aos animais.

Ficam na fila à espera da boa vontade dos que não têm pressa em atender porque os velhinhos não têm mais nada pra fazer. Eles podem esperar. Até os velhinhos que só conseguem trabalho como estafetas, os chamados anciãos-boys, que têm direito a tal fila especial, estão desistindo de trabalhar nessa área devido longevidade no atendimento.

E quando essa fila é no hospital, postos médicos, pronto socorro, laboratórios para exames? Passe em qualquer hospital público de madrugada e veja aqueles idosos, exibindo habilidades em se proteger do frio ou da chuva entre marquises e ou sob as árvores. São os indigentes, que sobrevivem em extrema miséria, mas acreditam que podem receber uma consulta, para dizer pro médico ou médica, que eles têm dor no corpo inteiro e um frio terrível na alma.

Têm que dizer. Porque o médico/a dos hospitais públicos são como videntes: Nem olham o/a paciente e vai logo escrevendo um receituário para a pessoa comprar.

Eles adivinham a dor que o doente tem. Só não conseguem ver que esses indigentes, que passaram a noite e a madrugada ao relento, não tem nem o que comer quanto mais ter dinheiro para comprar aquele “montueiro” de remédio?

Isso tudo mundo sabe que é assim e fica por isso, mesmo. Não é a mãe deles que está lá. Mas quando é a minha mãe, uma senhora pensionista, com 80 anos de idade, que paga plano de saúde para tentar se livrar dessa tormenta e marca uma consulta no Hospital São Camilo, com médicos que são bem pagos para atender com dia e hora marcados e é tratada como indigente? A minha mãe e a neta dela tinham consulta marcada há uma semana para segunda-feira às 8 horas. Deveriam estar em jejum, para fazer alguns exames.

Só foram atendidas às 11h30min, porque a médica, a Dra. Socorro, não sei de quê, porque não se entende nem o carimbo dos médicos, ela estava de plantão e só deveria atender aos pacientes marcados há uma semana, quando o plantonista, sempre atrasado chegasse para substituí-la no plantão.

Até as 11h30min as duas em jejum. Elas tinham que estar em jejum. A minha mãe exerceu o direito de protestar, como cidadã de 80 anos, que paga um plano de saúde, que tinha hora marcada e estava de jejum e a médica ainda a aconselhou ir se queixar para quem ela quisesse.

Ela se queixou a mim, filho dela, que sou jornalista e tenho o Programa a Panela do Povo, a internet, os meios de comunicação para denunciar.

E as leis? Onde estão essas leis que protegem o consumidor, que amparam os velhinhos que pagam plano de saúde e são tratados como indigentes? A médica Socorro, que não faz jus nem ao nome dela, pode até não ser punida por isso. Mas tem muita gente agora sabendo como ela trata os pacientes dela.


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